22/11/2005

Ausentou-se a flor em parte incerta



Fotos: pva - Novembro de 2004 / Novembro de 2005 - rua do Rosário, Porto

Extremosa (Lagerstroemia indica), tagetes, miosótis, amores-perfeitos e camélias: em 2004, tudo isso existia e dava flor no pequeno largo onde a rua do Rosário faz esquina com a rua D. Manuel II. O pavimento à volta do canteiro triangular era em calcário, igual ao que ainda hoje se vê na rua do Rosário; e, bordejando o passeio, havia uma pequena sebe pontuada por três ou quatro jovens camélias de que então fotografámos as flores.

Este ano o ciclo das estações não foi marcado no largo pelo regresso das flores, cada qual na sua época própria. A modernização acéfala em que a cidade se vai perdendo obriga à abolição dos canteiros e à progressiva petrificação do espaço público. Por isso, onde antes havia terra vivificada pelo colorido das flores, temos hoje o cinzento sujo e mortiço do granito.

7 comentários :

Anónimo disse...

Muito bem, muito bem.

"EU" e' que sou o presidente da junta, kind of intervention!

Tem toda a razao, ha' que combater os acaros e as alergias e diminuir o manjar aos passaros, esses ignobeis disseminadores de doenca e podridao.

Caras autoridades maximas da corte Lusa, no proximo 10 de Junho ja' sabem a quem lancar galardoes, discursetes e, porque nao, floretes.

Viva o presidente da junta, viva?

URRA-URRA-URRA?

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r
r
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!

Anónimo disse...

Olhando bem para a foto tenho pena que nao tenham levado tb uns dos edificios pela frente e comecado tudo de novo.

Comecado no inicio outra vez. La' no principiozinho. Voltar ao tempo do TPC (trabalho para casa) e escrever 3 mil trilioes de vezes no caderno, sem gaguejar: "so' as plantas produzem O2, carago".

ManuelaDLRamos disse...

será que Rua Alberto Aires Gouveia (que se vê ao fundo na fotografia) vão plantar árvores?

Lembra-me tão bem desse canteiro de que falas: que bonito que era! Não haverá nenhuma foto?

Paulo Araújo disse...

À esquerda na foto vê-se a escadaria do "novo" (já com meia-dúzia de anos) edifício do Hospital de Santo António - que é monstruoso e forma um contraste chocante com o edifício antigo, setecentista, do mesmo hospital. Muitos dos outros edifícios que se vêem na foto carecem de obras urgentes: na rua Alberto Ayres Gouveia há, por exemplo, uma antiga conservatória do registo civil que foi deixada no mais degradante abandono.

Suponho que nessa rua serão plantadas novas árvores, visto que se abriram caldeiras nos passeios - mas já desisti de me alegrar com as árvores que são plantadas nas ruas, pois sei como será curta e atribulada a sua vida. Curiosamente, numa das caldeiras já se plantou, não uma árvore, mas um marco do correio, o que deve ser caso único no mundo.

Não tenho qualquer foto digital do extinto canteiro; talvez tenha em papel, mas tenho que vasculhar nos arquivos.

Maria Carvalho disse...

Ah pois, a substituir as árvores, teremos marcos do correio a florir cartas todas as Primaveras. Sendo o marco já um toco cilíndrico, pelo menos não sofreremos com os abates e as podas drásticas...

Anónimo disse...

Por acaso passei lá depois das fantásticas obras e senti que agora é um espaço despido, frio e descaracterizado, sem cor e textura. Será que as pessoas não dão pela falta da cor que aquele espaço tinha? Ou há cor a mais no jardim do Carregal que chega para encher o olho das pessoas?

Rita

Isabel Magalhães disse...

O betão e os jardins não são incompatíveis...

os nossos governantes é que têm uma qualquer incompatibilidade com a capacidade de criar espaços verdes.