Beijos-de-frade
Foto: pva 0512 - Oxalis purpurea no Parque de São Roque, Porto
Um dos muros soalheiros do Parque de S. Roque estava há umas semanas coberto por uma herbácea em flor, com folhas compostas trifoliadas com o formato típico de trevo, num vestir tão espontâneo que nos pareceu portuguesa esta ervinha.
Mas não: a Oxalis purpurea é de zonas tropicais, abundante na América do Sul e no sul de África, multiplicando-se facilmente por divisão dos bolbos ou por estacas. A flor é tubular, de pescoço amarelo, magenta nas pétalas que se dispõem como pás de ventoinha. As sementes têm um arilo insuflado que ao amadurecer se vira do avesso e as expele como num jacto, ajudando assim à sua dispersão.
O género Oxalis reúne mais de 700 espécies de ervas e subarbustos, algumas suculentas ou aquáticas, uma das quais é o trevo-da-sorte, o de quatro folíolos. A família Oxalidaceae abriga também a espécie Averrhoa carambola que dá os conhecidos frutos dourados, cerosos, de secção estrelada - que se podem apreciar numa natureza-morta da exposição Artistas Viajantes e o Brasil do Século XIX, patente no Museu Soares dos Reis, que junta harmoniosamente uma jaca, carambolas, goiabas, anonas, pitangas...
O termo Oxalis deriva do grego oksalís, aludindo ao sabor azedo das folhas induzido pelo oxalato que contêm.
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