06/06/2006

Dos blogues: Mais de 40.000...

... drogados na Festa de Serralves

Nota do editor. Este título é uma extrapolação legítima, mas que alguns poderão julgar alarmista ou tabloidizante, da frase «o que mais me desagradou foram os drogados, que tomaram literalmente conta da festa». Em qualquer caso, como o número de participantes excedeu 50.000, o nosso título admite que 10.000 deles não fossem drogados, o que é saco folgadamente amplo para nele enfiarmos todos os amigos e conhecidos (como os inocentes provadores de malmequeres ) e assim evitarmos melindres. Mas, além do que viu e cheirou o nosso arguto comentador, outros sinais houve capazes de suscitar a desconfiança e o repúdio das pessoas de bem. A quantidade de gente sentada ou - pior ainda - espojada na relva era escandalosa; e é bem sabido, de Woodstock aos festivais do nosso luso-verão, o que indicia tão desbragada postura. E é fraca desculpa que, depois da requalificação do Parque, todos os bancos tenham desaparecido: quem se quisesse dar ao respeito que ficasse de pé! Mas a prova acabada do ambiente malsão da alegada festa é esta papoila, captada fotograficamente no prado em flagrante delito de ser o que é: nada menos que uma Papaver somniferum, a genuína flor do ópio!


Papaver somniferum - Parque de Serralves, 3 de Junho de 2006

4 comentários :

Anónimo disse...

No link "dos provadores de malmequeres" já lá não se vê ninguém, mas eu explico:
não não estávamos a brincar às escondidas atrás dos tufos de santonila ou de erva-caril...
Mal acabaram as tostas de queijo fresco com pétalas de centaurea, e a manteiga de calendula foi a debandada geral. Uns foram a correr para o Prado (agora já entendo a razão, pensava que era só por causa da música deliciosa que se ouvia). Outros abalaram para Pátio dos Ginkgos, (ou terá sido o do Ulmeiro?)
Houve quem dissesse que ia dar um pulinho à Clareira das Azinheiras mas passava primeiro pelo Redondo da Cameleiras para ouvir o concerto no Coreto vegetal.
Eu, tirei aquelas fotos e depois de me encantar com Harpa lacustre, aterrei na clareira das Gramíneas onde enrolei umas parras (enquanto esperava pelo Teatrinho Dom Roberto)... pois já estava a passar o efeito dos malmequeres

Nuno disse...

Palpita-me que essa tal de Papaver somniferum ainda vai ter romarias de curiosidade ou servir de iguaria a algum desesperado e baralhado em versão barbas de milho decadente:S

Vicente Gil disse...

Vou pedir umas balas de pólen ao Jorge de Sousa Braga, para bombardear o arguto comentador.

Anónimo disse...

Acreditem que há uma deficiência adquirida nos condomínios fechados. Há quem lhe chame alergia ao povo. Quanto a mim é uma questão de ares, de vulnerabilidade dos arosos.