Águas paradas
Baldellia alpestris (Coss.) M. Laínz
Enquanto que a sua prima se contenta em molhar o pé na água, a Baldellia gosta de mergulhar nela de corpo inteiro. Ficam à tona umas folhas a flutuar e umas flores esparsas que mal levantam o pescoço acima do nível da água. A diferença não está no caudal disponível, mas na envergadura das duas plantas: 15 cm para uma contra dez vezes mais da outra. Ainda assim, as flores de três pétalas (que na Baldellia alpestris surgem solitárias, cada uma na sua haste) são um inconfundível traço de união familiar. Aliás, o género Baldellia, baptizado pelo botânico Filippo Parlatore em 1848 em homenagem ao fidalgo toscano Bartolommeo Bartolini Baldelli (1804-1868), fora antes incluído por Lineu no género Alisma.
Segundo a Flora Ibérica, ocorrem em Portugal e Espanha três espécies de Baldellia. As flores de todas elas têm vida curta: as pétalas caem três a sete horas depois de abrirem. A B. alpestris, que é um endemismo do noroeste peninsular, vive em riachos, lagos ou turfeiras, em altitudes geralmente superiores a 500 m. Não desdenha porém frequentar regiões mais baixas, pois, além de a termos visto no Gerês e em Corno do Bico (Paredes de Coura), também a encontrámos em Alfena (Valongo). Graças aos seus caules estolhosos, chega a formar tapetes consideráveis. Tanto as folhas como os pedúnculos florais emergem directamente do caule, e a planta floresce de Abril a Julho.
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