À sombra de uma azinheira...
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«Nada mais atraente que uma árvore gigantesca cujos ramos se abrem como um largo abrigo e cuja altura dá a impressão de um grandioso edifício à sombra do qual de podem recolher muitos homens.
Em Portugal há árvores gigantescas como ainda há pouco a Ilustração Portuguesa o marcou publicando algumas fotografias de exemplares colossais.
Hoje reproduzimos uma outra azinheira de grandes dimensões e que pertence ao abastado proprietário Sr. Francisco Sales Fernandes Gião, de Reguengos de Monsaraz e existe na herdade denominada Pecêna.
O tronco tem 8 metros de grossura na parte inferior e 6,60 na parte superior, a circunferência da ramagem 106 metros, a pernada direita 3,70, a da esquerda 4,40 e a do centro 5 metros e 30.
À sombra da árvore estão do lado direito 101 porcos, do lado esquerdo 956 ovelhas, o automóvel e as pessoas»
in "Uma Azinheira colossal", Ilustração Portuguesa, 30/03/1914
Nota: Não averiguei se esta árvore extraordinária ainda existe; parti aliás do princípio que não, por não vir mencionada no livro de Ernesto Goes, Árvores Monumentais de Portugal. (Por curiosidade refira-se que na Palavra -Coisas da nossa Terra se lê que um tal Eng. Francisco Sales Fernandes Gião "impoluto e bemquisto lavrador proprietário" faleceu com 83 anos, em 1955. )
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4 comentários :
É uma árvore portentosa! É extraordinário como a copa pode ser tão larga! E as pernadas?! Fantástica. O que lhe terá acontecido?
S. (de Sementinha ;-)
O que mais espanta é a amplitude da ramagem. Equivalerá a uma raizes igualmente largas? Que peso tem uma árvore assim?
Quanto ao que lhe terá acontecido não sei. O mais provável é já não existir mas de qualquer modo mandei três mails para a Câmara Municipal de Reguengos de Monsarraz pedindo informações. Esperemos que respondam.
Árvore colossal, um portento da natureza. O mais provável é que a tenham abatido, como aconteceu na minha terra natal, onde havia uma árvore quase tão grande como essa, que tinha o nome de "Árvore da Família". Chamava-se assim porque era abrigo, à tardinha, de muita gente que ia para lá sentar-se nas enormes raízes salientes, contar histórias e cavaquear. Aconteceu lá o meu primeiro namorico. Foi bárbaramente destruída para dar lugar a uma marina. No Algarve, óbvio.
A árvore ja nao existe...foi cortada..agora o seu pé encontra.se dentro de uma casa feita no mesmo sitio...o pe da arvore encontra.se ainda no mesmo sitio mas dentro da tal casa...que serve de exposiçao...podem vir visitar.
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