07/09/2005

Pinheiros mansos no alto da Avenida



Praça General Humberto Delgado (ver fotografia aérea do conjunto Pr. Humberto Delgado/Av. dos Aliados/ Pr. da Liberdade)
Para muitas pessoas o nome desta bela Praça onde se encontra a estátua de Almeida Garrett é desconhecido e completamente ignorada a sua autoria: do decano da arquitectura portuguesa, Fernando Távora recentemente falecido (e cuja obra mais polémica é hoje, pelos piores motivos, notícia do Jornal).
Se em algum lado existe uma placa semelhante à que se pode encontrar na Av. dos Aliados , com o símbolo de "World Heritage/Património Mundial/Patrimoine Mondial" e um resumo da história do local e da razão de ser da toponímia, passou-me completamente despercebida.
Há pouco mais de um ano foi chumbada a construção de um parque de estacionamento e outras "comodidades" subterrâneas, salvando-se muito provavelmente assim os belos pinheiros (Pinus pinea) que tão mansamente enquadram a Praça. Segundo notícia então publicada no site oficial da câmara, todas essas construções não iriam prejudicar a traça original da Praça General Humberto Delgado.

(É lamentável e incompreensível que essa preocupação com a traça original não tenha de todo apoquentado os responsáveis pelo crime de lesa património que se está a perpetrar nos Aliados, com o aval favorável de quem supostamente está em funções com o objectivo de o preservar e valorizar (o património).

* da autoria do escultor Barata Feyo e inaugurada em 1954
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2 comentários :

Anónimo disse...

O meu comentário não é tanto sobre este artigo mas sobre o "blog" que me encanta e não para de me surprender. Sou um adorador de árvores com algumas dificuldades em distinguir umas das outras (com honradas excepções) mas com uma revolta incomensurável pelo corte ou cremação das mesmas. Por favor não parem de escrever!

Teófilo M. disse...

O problema de quem está na Câmara, é que nunca entendeu que os parques para automóveis deverão fazer-se nas periferias e não no miolo da cidade, defendendo assim quer o ambiente dentro da mesma, quer a mobilidade dos transportes públicos, quer os percursos a pé, que alimentam o comércio e criam o bom hábito de preencher os passeios com pessoas em vez de servirem de local de estacionamento.