21/08/2007

Calados, a vassourar


Acer negundo - Serralves

Visto de baixo, o arvoredo
é renda verde de luar,
desmanchada ao vento crespo
que à noite regressa ao mar.

Vão passando os varredores;
vão passando e vão varrendo
a terra, a lembrança, o tempo.

E, de momento em momento,
varrem seu próprio passar...

Cecília Meireles, in Mar absoluto e outros poemas (1945)

2 comentários :

a d´almeida nunes disse...

Que bela poesia, perfeitamente enquadrada na beleza e luminosidade do Jardim de Serralves. Imagino a magia do momento!
asnunes

bettips disse...

Lindo, o grupo, o sussurro, o caminho de ramos pendentes que nos saúdam. Eu tenho um, aqui à janela. Há mais de 30 anos. Chamo-lhe "a minha árvore" porque ela me adormece os sons e me acompanha, me varre ainda, dia e noite. Quem me ensinou o nome foi a M. Abçs