Corriola-campestre
Convolvulus arvensis L.
A corriola-campestre, pequena herbácea trepadeira ou rastejante do género Convolvulus, é a terceira convolvulácia malcomportada, europeia como a Calystegia silvatica, que aqui apresentamos por ordem decrescente de malignidade. Esta hierarquia de danos vale em território português, mas não noutras paragens: nos Estados Unidos, por exemplo, a corriola é uma invasora de campos agrícolas que provoca enormes prejuízos. Em Portugal, porém, como planta nativa que é, ela tem todo o direito de existir, e não é raro encontrá-la em jardins sem ter sido convidada. Porque é bonita, não fica deslocada nem se deixa intimidar pelas plantas com pedigree; até lhes acrescenta alguma graça, como sucedeu no jardim da praça da Galiza, onde resolveu enredar-se numa bordadura de alfazemas. E, apesar de vadia, dá-se ares de aristocrata: em dias em que o sol não aparece, fecha-se em casa e recusa-se a mostrar as flores (que são pequenas e delicadas, com não mais que 2,5 cm de diâmetro).
Em suma, uma vadia com estilo, que é um gosto receber em casa. Se ela quisesse, bem que podia instalar-se na floreira que temos à janela, desocupada desde que os últimos inquilinos, débeis plantas de viveiro, sucumbiram a um ataque de afídios.
1 comentário :
Não me canso de viajar pelo vosso blogue que é fantástico, além de que é um trabalho sério, científico e artista também. Muito obrigado por partilharem o vosso trabalho comigo.
Luz
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