28/04/2011

Marroio d'arroio

Lycopus europaeus L.
Eis uma planta que, tal como nós, gosta de água e de Verão. Nós até preferimos estações mais amenas, mas só em Agosto é que gozamos um curto período de liberdade condicional, e nessa altura a atracção pela água, seja ela doce ou salgada, para beber ou para mergulhar, sobrepõe-se a todos os outros instintos. O marroio-d'água não é esquisito quanto ao grau de salinidade da água com que se refresca: vemo-lo tão em casa nos canais da ria de Aveiro como junto à lagoa da Vela ou nas margens do ribeiro de São Pedro de Moel. Enfim, três lugares de veraneio, entre muitos possíveis, onde o leitor em férias poderá, se quiser, reencontrar a planta em flor.

Lycopus significa pé de lobo. É ao botânico francês Joseph Pitton de Tournefort (1656-1708), precursor de Lineu, que se deve a misteriosa analogia, sugerida talvez pelas raízes rizomatosas da planta. Mais assinalável é a sua arquitectura exterior, marcada pela disposição das folhas — que são opostas e sofrem uma rotação de 90 graus entre dois nós consecutivos — e pelas grinaldas de minúsculas flores (5 mm de diâmetro) que guarnecem cada par de folhas.

Planta vivaz capaz de atingir um metro de altura, o marroio-d'água é uma planta amplamente distribuída na Europa, médio Oriente e norte de África. Em Portugal continental só não aparece no Baixo Alentejo e no Algarve, e está ainda presente em algumas ilhas açorianas (São Miguel, Santa Maria, Terceira, Pico e São Jorge).

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