08/07/2011

Fajã Grande

Ilha das Flores
Emperor penguins have been in fashion lately, with cinematic and TV voiceovers urging us to anthropomorphism. How can we resist their loveably incompetent bipedalism? See how they rest lovingly on one another's breasts, shuffle a precious egg between parental feet, share the food search just as we share supermarket duties. Watch how the whole group huddles together against the snowstorm, demonstrating social altruism. Aren't these egg-devoted, chore-dividing, co-parenting, seasonally monogamous Emperors of the Antartic strangely reminiscent of us? Perhaps; but only to the extent that we are unstrangely reminiscent of them. We are just as good as they are at passing for God-created while being smacked and wheedled by implacable evolutionary urges. And given that this is so, what — again — does this make of the proposal that wonder at the natural but empty universe is a full replacement for wonder at the works of an imaginary friend we have created for ourselves? Having come to evolutionary self-consciousness as a species, we cannot go back to being penguins, or anything else. Before, wonder was a sense of babbling gratitude for a creator's munificence, or squittering terror at his ability to deliver shock and awe. Now, alone, we must consider what our Godless wonder might be for. It cannot be just itself, only purer and truer. It must have some function, some biological usefulness, some practical, life-saving or life-prolonging purpose.

Julian Barnes, Nothing to be Frightened of (Jonathan Cape, 2008)

6 comentários :

Gi disse...

Mesmo após ultrapassar os deuses, continuamos à procura de um propósito...

Maria Carvalho disse...

Sendo duvidoso que aqui estejamos por ordem de deuses, é certo que obedecemos aos genes. Talvez também no medo e no deslumbramento.

Anónimo disse...

Uma oliveira com 2850 anos em Santa Iria da Azóia!...

http://www.boasnoticias.pt/noticias_%C3%81rvore-mais-velha-de-Portugal-tem-2850-anos_7176.html

Julgo que existem vários exemplares por detrás do edifício da antiga estação agronómica de Sacavém que também serão muito antigos... infelizmente esses não foram objecto da atenção que merecem...
Ideiafix

Maria Carvalho disse...

Ideiafix: Sabe como se data uma árvore sem ter de lhe cortar uma rodela do tronco?

Anónimo disse...

Não sou um especialista em dendrologia.

No entanto posso partilhar o que percebi sobre o assunto. É construída uma «escala» a partir da envergadura de várias árvores da mesma espécie. Os registos históricos - textos e desenhos por exemplo - permitem estimar com excelente aproximação a idade desses espécimes «de prova». Depois, admitindo uma «taxa de crescimento» transforma-se o gráfico dessa função discreta (diâmetro vs. idade p.e.) num gráfico duma função contínua, o qual é então utilizado para estimar a idade aproximada de um qualquer exemplar. Julgo que um especialista ponderará mais factores.

Definitivamente cortar a árvore ou tirar um provete não é uma boa solução. O caso mais absurdo que conheço sobre um acto destes está descrito aqui:

http://en.wikipedia.org/wiki/Prometheus_(tree)

e bem podia figurar no blog «Dias sem árvores».

JM (Ideiafix)

Maria Carvalho disse...

Caro JM: Obrigada pelas informações. O método que descreve, e que se usa bastante em biologia quando se comparam populações (nem sempre por interpolação; há modelos dinâmicos fiáveis que já dão a curva de crescimento em tempo contínuo), não é excelente, mas pelo menos fornece uma estimativa aceitável da idade sem destruir a árvore. É certo que é antiga, o que é raro por cá - razão para celebrarmos, como diz.