Mostrar mensagens com a etiqueta Quinta de Santo Inácio. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Quinta de Santo Inácio. Mostrar todas as mensagens

21/11/2009

Outono, ano sexto


Quinta de Santo Inácio

It is admitted, one may hope, that common things are never commonplace. (...) It is best perhaps to take in illustration some daily custom we have all heard despised as vulgar and trite. Take, for the sake of argument, the custom of talking about the weather. Stevenson calls it "the very nadir and scoff of good conversationalists". Now there are very deep reasons for talking about the weather, reasons that are delicate as well as deep; they lie in layer upon layer of stratified sagacity. First of all it is a gesture of primeval worship. The sky must be invoked; and to begin everything with the weather is a sort of pagan way of begining everything with prayer. (...) Then it is an expression of that elementary idea in politeness - equality. For the very word politeness is only the Greek for citizenship. (...) All good manners must obviously begin with the sharing of something in a simple style. Two men should share an umbrella; if they have not got an umbrella, they should at least share the rain, with all its rich potentialities of wit and philosophy. (...) This is the second element in the weather; its recognition of human equality in that we all have our hats under the dark blue spangled umbrella of the universe. Arising out of this is the third wholesome strain in the custom; I mean that it begins with the body and with our inevitable bodily brotherhood. All true friendliness begins with fire and food and drink and the recognition of rain or frost. (...) Each human soul has in a sense to enact for itself the gigantic humility of the Incarnation. Every man must descend into the flesh to meet mankind.

G.K. Chesterton, What's wrong with the world (1910)

09/04/2007

Rhododendron's season




Fotos tiradas em Abril de 2006 durante uma visita organizada pela Campo Aberto. Ver álbum de fotos aqui.
Rododendros e azáleas em flor num dos jardins da Quinta de Santo Inácio (Avintes,Vila-Nova de Gaia). Estes jardins e o bosque foram recentemente classificados de interesse público. Na foto da direita em baixo vê-se um Eucalyptus obliqua que deverá ser o maior de Portugal.

03/08/2006

Jardim e mata protegidos


Santo Inácio: carvalho-alvarinho, rododendros e Eucalyptus obliqua

O arvoredo oitocentista da Quinta de Sto. Inácio, que inclui uma colecção notável de camélias portuguesas, rododendros e kalmias, além de majestosos carvalhos, pinheiros mansos (cujo registo de plantio data de 1800), eugénias, avelaneiras, azevinhos, azereiros e cuningamias - companhias de uma elegante araucária brasileira e um venerando tulipeiro - está finalmente classificado como de interese público. Uma distinção atribuída ao jardim romântico e à mata da Quinta pela Direcção-Geral de Recursos Florestais (Diário da República, 2ª Série - Nº 146 de 31 de Julho de 2006 - cópia aqui) que aguardávamos com expectativa dada a ameaça de construção de uma via rápida que iria truncar a ala nascente da propriedade.

Há na Quinta outro conjunto de árvores digno de nota: várias espécies de eucaliptos criados de sementes australianas recebidas por Roberto e Christiano Van-Zeller da Sociedade de Divulgação do Eucalipto por troca de sementes de couve galega, como documenta uma carta do Departamento de Agricultura de Victoria, de Dezembro de 1911, na posse dos herdeiros.

05/04/2006

Visita à Quinta de Santo Inácio

Campo Aberto - Ciclo Jardins 2006
Visita guiada aos jardins e bosque da Quinta de Santo Inácio de Fiães
Avintes, Vila Nova de Gaia
Sábado, 22 de Abril - 14h30
Inscrição prévia obrigatória pelo endereço electrónico paraujo(at)fc.up.pt
Limite: 40 pessoas


Azáleas na Quinta de Fiães - 10 de Maio de 2005

A Quinta e a Casa de Fiães datam possivelmente do século XVIII; já em 1789 são mencionadas na famosa Descrição da Cidade do Porto do Padre Agostinho Rebello da Costa. Propriedade da família van-Zeller a partir do último quartel de setecentos, a Quinta está ligada à história da horticultura portuense desde Francisco van-Zeller (1774-1852), responsável pela introdução oficial, entre 1808 e 1810, das camélias no nosso país, trazidas justamente para a Quinta de Fiães, onde ainda hoje podem ser admiradas.

Além das camélias, os jardins de Fiães, exemplarmente recriados há poucos anos aquando da abertura da Quinta ao público, incluem roseirais e mixed-borders no jardim formal e, no jardim romântico, uma grande colecção de azáleas e rododendros, que estarão no auge da floração por altura da nossa visita. A mata tem bonitos carvalhos, tulipeiros, azevinhos, azereiros e outras folhosas, pinheiros-mansos bicentenários e um denso sub-bosque de camélias, todas elas plantadas no século XIX ou descendendo dessas pioneiras. Na transição entre o jardim romântico e o bosque destacam-se alguns raros eucaliptos monumentais plantados por Roberto van-Zeller (1815-1868), entre eles um dos maiores Eucalyptus obliqua do nosso país.

11/08/2005

Brincos-de-princesa

À entrada do jardim formal da Quinta de Sto. Inácio somos, todo o ano, recebidos por um perfume inebriante, com origem nas numerosas roseiras que desde o século XIX ali se cultivam. De nariz empinado e sorriso beatífico de apreço, esperamos que se desvaneça o feitiço para avançarmos para os pátios ajardinados que se seguem. Em cada um, o centro é ocupado por quatro quadrados arrelvados ladeados por canteiros, simetria vincada por robínias e magnólias nos cantos. No bordo de uma destas plataformas, protegida por boa sombra, está uma colecção preciosa de arbustos de folhagem densa enfeitada por pequeninos "brincos" de várias combinações de cor-de-rosa. São fuchsias, cujas flores lembram bailarinas de perna fina e saia de plissado arrojado, muito apreciadas por colibris.





Fotos: pva 0507 - Fuchsia spp. - Quinta de Santo Inácio, Gaia

Tal como acontece com as camélias, há em muitos países associações que reúnem admiradores de fuchsias e que, em congressos animados e exposições anuais, discutem variedades e trocam saberes.

O género, da família Onagraceae, que conta hoje com cerca de 100 espécies e mais de 15 mil variedades, tem origem na América do Sul; o nome homenageia Leonhard Fuchs (1501-1566), um botânico alemão que organizou um guia excepcional de plantas medicinais e cujas xilogravuras científicas são consideradas das mais bonitas e rigorosas da época.

O bailado dos brincos-de-princesa prossegue até ao Outono.

21/07/2005

Pinheiros mansos monumentais

.


Pinheiros mansos (Pinus pinea) monumentais na mata da Quinta de Santo Inácio em Fiães (Avintes- Vila N. de Gaia)
«Pinheiros Mansos
Estamos no local do antigo jogo de croquet. Antigamente este local era circundado de uma bordadura em granito e tinha junto uma fonte de água fresca. Não existem vestígios deste local de jogo mas os antigos pinheiros mansos aí estão, cada vez maiores.
A este propósito uma carta datade de 1800 faz-nos pensar que estas árvores poderão ser descendentes de uma plantação dessa época. Diz essa carta, assinada pelo Superintendente e Conservador da Marinha Real, que: "Pedro van-Zeller tinha um pinhal com mais de 50 anos que estava ferido por grandes pedras lançadas pelos rapazes para deitarem abaixo as pinhas carregadas de pinhões. Por esse motivo solicitou licença para o deitar a abaixo e semear um novo no mesmo local"»


(Pinheiros a salvo? Nem estes! Hoje no nosso país a arder não está nenhuma árvore a salvo. E quem diz árvore, diz bicho, diz pessoa! Viver no campo, na serra, perto de uma bouça ou de uma mata é estar em perigo de vida. Quantos por esse país fora com o coração nas mãos! )
...............................

Adenda:
TERRORISMO AMBIENTAL - DIA DE LUTO PELAS FLORESTAS
.

25/05/2005

As mirtáceas acordaram



Foto: pva 0505 - Callistemon sp. - Quinta de Santo Inácio (Gaia)

O arbusto bem desperto da foto é do género Callistemon e da vasta família Myrtaceae - que inclui ainda os géneros Eucalyptus, Leptospermum, Melaleuca, Metrosideros e Syzygium, entre muitos outros. As folhas do Callistemon são lanceoladas, inteiras, sésseis, aromáticas e espiralam nos ramos claros e fissurados, de hábito pendente. Mas são as inflorescências que nos atraem: em formato de espiga (ou de limpa-garrafas), são compostas de flores com numerosos estames vermelhos inseridas num talo que termina com um penacho de folhas; à medida que estas brotam, o cilindro de flores vai ficando no ramo como num espeto. Caídas as flores, no eixo das inflorescências restam frutos lenhosos, cápsulas castanhas que lembram botões e podem permanecer fechadas durante anos até que um incêndio as faça largar as sementes.

Há mais de trinta espécies de Callistemon, todas nativas da Austrália. Recolhidos os primeiros exemplares - por Joseph Banks e Daniel Solander em 1770 durante a descoberta da costa este da Austrália -, foram introduzidas na horticultura europeia em 1788, numa altura em que botânicos e coleccionadores mostravam considerável interesse pelas plantas das zonas remotas do Pacífico.

A designação Callistemon significa estames bonitos, dos termos gregos kalli e stemon.

21/05/2005

Romeu e Julieta



Fotos: pva 0505 - Brunfelsia uniflora Quinta de Santo Inácio

É designação brasileira deste arbusto da América tropical, de folha perene, textura lenhosa e muito ramificado. As folhas são ovaladas e lisas, verde-escuras e ligeiramente dobradas. As flores, com formato de salva e perfume almiscarado intenso, nascem nas extremidades dos ramos, cobrindo nesta altura do ano quase toda a copa do arbusto. São de cor azul-violeta ao abrir, passando lentamente a brancas com a idade: esta mudança de cor caracteriza o género Brunfelsia, cujo nome homenageia o botânico alemão, do século XVI, Otto Brunfels.

Esta espécie pertence à família Solanaceae, como os plebeus tomateiro e batateira.