Terebinto
Pistacia terebinthus L. - vale do rio Tua em Abreiro
O Vale de Elah, a oeste de Jerusalém, foi o palco da luta entre David e Golias, e deve o nome a esta pistácia; crê-se que o termo hebraico elah usado no Velho Testamento designa também os carvalhos, destacando o vigor e a durabilidade comum a estas árvores. O terebinto é abundante na região mediterrânica, no norte de África e sudoeste da Ásia; e, como é tolerante a regimes de seca e ao frio, dá-se bem em áreas de solo quase desértico até 1500m de altitude. No Médio Oriente, onde partilha o território com a Pistacia palaestina, exemplares de grande porte estão associados a figuras bíblicas eminentes ou a teofanias.
O terebinto pode chegar aos 5 metros de altura e tem folhas compostas que caem no Inverno - com um folíolo terminal que está ausente no lentisco. Incisões no tronco fazem-no ressumar uma resina perfumada, a terebintina-de-Quio, com vasto uso em vernizes, vinhos e molhos; também pelo aroma, a madeira é preferida para caixas de charutos. As flores, sem pétalas, são púrpura e dispostas em panículas nas axilas das folhas, nascendo com a folhagem nova em Abril-Maio: as das plantas masculinas têm um cálice pentalobado, cinco estames, anteras gigantes e um nectário; as das femininas são feitas de um cálice fendido em três ou quatro lóbulos e um estilete curto rematado por três chifrinhos. Os frutos são drupas diminutas da cor do coral, usadas para condimentar pão ou, tostadas, numa bebida quente com o aspecto de café (e pistacia deriva do grego pistake, noz). E então, pergunta o leitor desconfiado, o que é aquela vagem que se vê na foto? É um bugalho, como os dos carvalhos, excrescência produzida pela picada de insectos que usam este «feijão» como uma barriga de aluguer - negócio naturalmente vantajoso para a árvore, que assim se protege das malfeitorias do bicho.
O género Pistacia contém nove espécies da América, Europa e Ásia. As sementes da iraniana P. vera são os saborosos pistácios dos sorvetes verdes. No Porto há um exemplar famoso de Pistacia atlantica que lhe apresentaremos num dia com mais vagar.
8 comentários :
O terebinto, mais conhecido por cornalheira (uma alusão aos seus bugalhos, com a forma de corno), é muito frequente na região do Douro.
No início da Primavera, os montes apresentam-se salpicados de tons rubros, devido à coloração juvenil das suas folhas. As folhas evoluem posteriormente para tons verdes, regressando novamente ao rubro aquando do Outono.
Quando a folhagem está verde, notam-se as bagas coradinhas - e a literatura botânica menciona também a designação cerejeira-bastarda.
Ao que parece tenho um terebinto e não sabia.
http://cid-308ffd7f52939f58.photos.live.com/self.aspx/terebinto/2010-09-15%20001.jpg
Que acham?
cumprimentos
Realmente parece muito um terebinto. Onde é que mora essa sua árvore? Se for no Douro a sua presença não é de espantar.
Saudações,
PVA
Sim, no Douro. Em frente à foz do Tua.
Obrigado.
Muito elucidativo esse post! Obrigada por dividir conhecimento!
Só aprendendo aqui obrigada!!!!
Alguém me consegue arranjar algumas sementes desta árvore?
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