Ás-de-pérolas
Asperula aristata L. fil.
Já aqui vimos cimeiras de flores com corola em funil e quatro pétalas como estas, no topo de múltiplos caules pubescentes e escabrosos (ásperos como línguas de gato) de secção quadrada, mas em amarelo, como as vulgares estrelas. A julgar por outras espécies de Asperula, estas também exalam um aroma que lembra a erva acabada de segar, mas não o pudemos confirmar porque as que encontrámos — num talude pedregoso e calcário de montanha — tinham corolas de não mais de 2 mm de diâmetro e os narizes disponíveis não eram de borboleta. A bula informa que a fragrância se deve à presença de um composto químico — usado em perfumes, charutos, bebidas alcoólicas alemãs e como aditivo alimentar, até ser banido — que, apesar de cheirar bem, desencoraja eventuais degustadores da planta por ser um redutor natural do apetite. Lamentavelmente é substância tóxica, ou a floração entre Maio e Junho abençoaria as dietas pré-veraneantes.
As folhas são sésseis, lanceoladas, de margens levemente revolutas, simples mas em verticilos de 4; as basais têm umas barbichas filiformes, as aristas, que dão o nome à espécie. As belles étoiles ocorrem no sul da Europa e no norte de África.
Só falta dar a boa notícia da publicação, pela Assírio & Alvim, da 2.ª edição do guia de campo Flores da Arrábida, de José Gomes Pedro e Isabel Silva Santos. Segundo os autores, esta é a subespécie scabra, distinção que só será útil se se descobrirem indivíduos da outra subespécie, a A. aristata subsp. oreophila, que talvez ocorra a este dos Pirenéus mas tão rara é que a sua existência é duvidosa.
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