Da minha janela # 1
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Da minha janela, onde pouso os olhos? No céu azul, nas árvores sem folhas,
nas ovelhas a pastar, na laranjeira brilhando ao sol, na japoneira, no lençol branco...
Fotos: mdlramos 0501
Ramalde rural vai aos poucos desaparecendo -o cerco aperta! Nesta zona, apenas restam dois casais de lavradores, velhotes (mas q já descobriram q. os cd-roms são óptimos para espantar pardais ;-).
Nos parágrafos dedicados ao habitat e urbanismo do site da Junta de Freguesia de Ramalde pode ler-se o seguinte: «A habitação social marca profundamente a ocupação na freguesia de Ramalde que se organiza fundamentalmente a partir da década de 60. Em contrapartida, e sem explicação, embora tenha sido Ramalde um território rural, parece não ter havido então a preocupação de criar espaços verdes. Na realidade, em toda a freguesia apenas existe uma zona de lazer e que não é pública. Trata-se do parque de campismo da cidade, ou parque da Prelada, que ocupa a quinta que pertenceu ao antigo solar dos Senhores da Prelada(...).
A par deste tipo de habitação, aparecem as áreas residenciais de luxo (...) »
Essa ausência de "preocupação de criar espaços verdes" parece continuar, assim como prossegue a urbanização desenfreada, como não poderia deixar de ser. Já não falando em grandes zonas verdes, nem sequer em médios jardins públicos, o que seria tb desejável e possível era que nas pequenas zonas ajardinadas existentes se colocassem bancos (de jardim de preferência com costas ;-) e que se ajardinassem os espaços tipo baldio que abundam nas zonas de habitação social.
Bem, mas eu só tinha vindo à janela...
1 comentário :
Permitam-me felicitar-vos pelo vosso conscencioso e interessante trabalho.
Descobri o blog ao efectuar uma pesquisa e na verdade achei curioso o artigo. Eu próprio não tinha consciencia das origens rurais desta freguesia(hoje envolvida pela urbe)até ter uma conversa com a minha avó, cuja familia é originaria da rua do pinheiro manso.Nos anos 30 e até cerca de 1970/80 essa era a única zona urbanizada ocupada por familias do Porto e alguns ingleses, todo o resto era um aglomerado de campos, quintas e quintais até Av. Boavista.Um rio atravessava a freguesia e desembocava numa enorme lagoa com canaviais na zona de Mota Pinto, continuando depois em direcçao a Lordelo. O cartão de visita da zona era o multicentenario Pinheiro Manso, que se situava no gaveto da rua do mesmo nome com a Av. Boavista.Segundo as memórias da minha avó foi derrubado na década de 1940 num ano em a cidade foi muito fustigada pelo mau tempo.
Continuem o vosso excelente trabalho, com os cumprimentos,
Sandro Campos-Matos.
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