Da cor do limão
Patrizio Gennari (1820-1897), botânico da Sardenha, foi o primeiro director do Jardim Botânico de Cagliari. O acervo deste Jardim, inaugurado em 1866 com cerca de 430 espécies, exibe hoje mais de seiscentas árvores, outros tantos arbustos, umas mil suculentas e várias orquídeas endémicas nesta região autónoma italiana. Como a da foto.
É um geófito de raízes tuberosas com duas folhas cordiformes, desiguais e alternadas num caule de 15-30cm que termina numa espiga coberta de flores verdes, em geral viradas para um mesmo lado, com esporões corcundas. Pede sombra, de pinheiro, loureiro ou, na falta deles, de algum arbusto perenifólio como o carrasco, e uma fenda de rocha à medida da folha maior. Há registo da sua presença no sudoeste da Europa (mas aqui rara), na Tunísia, na Córsega, na Sardenha e na Macaronésia (Canárias, Madeira e Porto Santo).
3 comentários :
Na península de Lisboa é relativamente frequente nas condições que referiu. No concelho de Oeiras conheço três locais e no de Cascais outros três. Há alguns anos as populações eram mais numerosas.
A diminuição do seu número deve-se (consoante os locais) diminuição da sombra por desmatamento, abate de árvores, obras e corte de ervas (jardinagem).
Duarte Marques
Obrigada pela boa notícia, a de todos esses lugares onde viu exemplares desta orquídea. Às vezes receio revelar o segredo de sítios assim preciosos; mas depois convenço-me que é melhor que todos saibam onde estão estas relíquias para que ninguém as destrua por mera ignorância.
Por falar em Sardenha:
"Isso porque se acreditava que comer de uma planta chamada sardonion, que lá abundava, causava convulsões faciais que lembravam um riso alterado, após o que se seguiria a morte"
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