Samambaia arrepiada
Não são estas as samambaias que no Brasil se costumam cultivar em vasos pendurados do tecto. Mas samambaia é nome que lá se dá aos fetos que formam abundantes tufos de frondes arqueadas. O Blechnum brasiliense, de que o epíteto revela claramente a pátria de origem, segue o mesmo figurino, mas atinge um peso e um tamanho que exigem o apoio da terra firme. Chega mesmo a formar um pequeno tronco, e as suas folhas pinadas e coriáceas esticam-se até um metro e meio de comprimento. Não será excessivo incluí-lo na categoria dos fetos arbóreos.
O Blechnum spicant, que há tempos aqui apresentámos, tem dimensões modestíssimas se comparado com o seu primo sul-americano. De facto, esse pequeno feto ribeirinho parece ser o único membro europeu do género Blechnum. A maioria das restantes espécies — há cerca de duzentas — prefere as regiões tropicais do hemisfério sul, sobretudo da América e da Austrália. Assim, e pese embora o seu aspecto incomum aos nossos olhos, o Blechnum brasiliense, que gosta de locais húmidos a meia sombra ou a pleno sol, é um representante típico do género a que pertence.
Com grande potencial decorativo, o que mais chama a atenção no Blechnum brasiliense é o vermelho acobreado das suas folhas. É esta a cor que elas têm quando novas, mas ficam verdes ao envelhecer, e a presença dos vários tons intermédios dá à planta uma atraente variedade cromática. No cultivar «Crispum», de que existem muitos exemplares no Jardim Botânico do Porto, há ainda a particularidade de os folíolos serem retorcidos, quase arrepiados.
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