15/03/2010

Branco da China


Pinus armandii Franch.

Enquanto as outras árvores não acordam, é altura de olharmos para os pinheiros. Imunes à sucessão das estações, não é deles que devemos esperar a surpresa de uma vestimenta nova. Apetece-nos culpá-los pela monotonia da paisagem, mas isso é esquecer os eucaliptos. Se os eucaliptais, em Portugal, são desertos verdes, os pinhais, pelo contrário, abrigam por vezes uma biodiversidade surpreendente. Afinal, os pinheiros, ainda que disseminados por acção humana muito para além da sua área de distribuição natural, não são estranhos à nossa flora. Os eucaliptos é que são os verdadeiros alienígenas.

Espontâneas em Portugal só há três espécies de Pinus: o pinheiro-manso, o pinheiro-bravo e - restrito a uns poucos locais no extremo norte do país - o pinheiro-silvestre. Algumas outras espécies encontram-se, sempre em escasso número, representadas num ou noutro jardim público. O Jardim Botânico do Porto, em particular, alberga uns quantos pinheiros exóticos que parecem ser raridades no nosso país. Um deles, que mostrámos em fascículo anterior, é o Pinus bungeana, tão oriental como o Pinus armandii que hoje aqui trazemos.

Um nome possível para o Pinus armandii, traduzido da designação inglesa, é pinheiro-branco-da-China, mas a origem geográfica da árvore também autorizaria os nomes pinheiro-branco-do-Tibete e pinheiro-branco-de-Burma. Já o adjectivo branco tem uma justificação menos imediata. O que acontece é que o género Pinus é geralmente dividido em três subgéneros; e os pinheiros do subgénero Strobus, no qual se incluem o P. armandii e o P. wallichiana, são conhecidos como pinheiros-brancos, designação talvez motivada pela cor ou textura das suas madeiras.

O Pinus armandii é uma árvore de pequeno ou médio porte que não excede os 20 metros de altura. Exibe um tronco liso que tende a ganhar fissuras com a idade. As agulhas, em molhos de cinco, são pendentes e brilhantes, de um verde intenso, e têm de 10 a 20 cm de comprimento. Comprimento semelhante têm as pinhas de formato cónico, como a que vemos aí em cima, já madura, aninhada entre as folhas secas tombadas da mesma árvore.

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