No seu Árvores Monumentais de Portugal (1984), Ernesto Goes lista os seguintes cedros monumentais fazendo preceder cada espécie de uns curtos parágrafos.
«Cedros (Cedrus).
Pertencem à família das Pináceas. No género Cedrus há a considerar no País 3 espécies que atingem dimensões assinaláveis, que são: Cedrus deodara, Cedrus atlantica e Cedrus libani.
Qualquer destas espécies têm sido bastante plantadas em parques e jardins e mesmo em arborizações de perímetros florestais do Estado. As madeiras destas espécies são muito apreciadas para a construção e marcenaria.
Cedrus deodara : É oriundo da Ásia, das montanhas do Himalaia e Afeganistão, sendo de considerar os seguintes exemplares de porte excepcional:
No Jardim Botânico de Lisboa, com 3, 20 m. de P.A.P.*, 35 metros de altura, fuste direito e copa frondosa.
No Parque do Colégio da Companhia de Jesus em Cernache de Coimbra, há um exemplar com 35 metros de altura, em que o tronco tem 3,80 metros de P.A.P., e está despido até 8,5 metros de altura.
No Jardim Botânico de Coimbra, há um exemplar com 3,40 m. de P.A.P., e 30 metros de altura.
Na Mata do Buçaco, há inúmeros exemplares com 3. m. de P.A.P., e 35 metros de altura.
O mais grosso com 3,20 de P.A.P., fica próximo da casa do Guarda da Lapa e foi plantado em 1878. Por comparação com medições efectuadas por Brito Peres em 1964 verificou-se que esta árvore engrossou cerca de 19 cm. em 19 anos.
Na quinta do Paço, em Moledos, no concelho de Tondela, com 4. 02 m. de P.A.P., 30 metros de altura e 20 m. de diâmetro de copa.
Na quinta do Prado, em Briteandes, no concelho de Lamego, há um exemplar com 5,00 m. de P.A.P., 23 metros de altura e 32 m. de diâmetro de copa sendo o maior que se conhece no País. Nesta quinta ainda há dois exemplares que também merecem ser assinalados, respectivamente com com 4 e 3,97 metros de P.A.P.. ( Ver álbum de fotos) No Parque das Termas de S. Vicente, no concelho de Penafiel, um exemplar em que o tronco tem 3,4 m. P.A.P. e está limpo de ramos até 9 m. de altura.
No Parque do Solar dos Mateus, em Vila Real, um exemplar plantado em 1870, que é constituído por uma rebentação de toiça, com 6 rebentos, cada um com 0,80 a 1 m. de diâmetro na base.
Cedrus atlantica: É oriundo das montanhas do Atlas, no Norte de África, sendo de destacar os seguintes exemplares:
No Parque do Hotel Grão Vasco , em Viseu , em que o tronco tem 6, 35 metros de P.A.P. o qual a 2 m. de altura se ramifica em 9 pernadas sendo a central a mais grossa, que em parte substitui o antigo fuste. É uma árvore muito imponente que tem 27 metros de altura. Está considerada de interesse público por decreto publicado em "Diário do Governo". Na Mata do Buçaco há vários exemplares de grande porte, tendo o maoir 3 m. de P.A.P. e 30 m. de altura. Fica próximo da Casa do Guarda das portas de Serpa e foi plantado em 1878.
Na Quinta do Prado em Briteandes, no concelho de Lamego, há a considerar dois exemplares, respectivamente com 3, 75 e 3,53 m. de P.A.P.
Cedrus libani: É oriundo do Médio Oriente. Não queremos deixar de referir que cruz que Cristo transportou e onde foi crucificado era de madeira de Cedro do Líbano.
No Jardim Botânico do Porto, há dois exemplares, tendo o maoir 3, 95 m. de P.A.P e 30 m. de altura.
No Jardim do Palácio de Cristal da Cidade do Porto há dois exemplares com 4, 75 e 2, 02 de P.A.P.» (P.A.P. =perímetro à altura do peito -a cerca de 1,30 m. do solo)
Ernesto Goes não pretende ser exaustivo e há no nosso País (nomeadamente no Porto) outros cedros de porte assinalável não referidos pelo autor.
Na lista de Árvores isoladas, maciços e alamedas Classificadas de Interesse Público pela Direcção-Geral das Florestas (2003), por exemplo, apenas um exemplar dos mencionados por Goes se encontra classificado (o Cedrus atlantica do Hotel Grão Vasco (Viseu), vindo ainda nesse documento oficial pelo menos 5 árvores classificadas que não são referidas no livro: 3 Cedrus atlantica (em Coimbra, em Lisboa, e em Chaves- nota: sempre pensei que este último fosse um Cedrus deodara) e dois Cedrus deodara ( em Lisboa e na Régua).